topo
linha2

Fotogaleria

 
» Home » Crónicas e Artigos »Ermelindo Ávila » A hora que passa...

 

A hora que passa...

 

Recebi uma carta de um familiar na qual me manifesta a sua preocupação pelos tempos que estamos a viver. E escreve: “O mundo precisa de todos, nas referências, lendas vivas, que tenham ultrapassado quase tudo e estejam cá para nos demonstrar que conseguiram, são fulcros para que possamos passar a mensagem de que, enquanto houver ventos e marés, “a gente” vai continuar! Da minha parte, o que lhe garanto é que está na minha matriz a vontade de mudar o mundo, de levar a felicidade a quem a não tem; de roubar um sorriso a quem chora; de acreditar numa sociedade em que todos possam, livres de preconceitos, viver as suas vidas. Está na minha matriz não ser mais um...”

Tem razão o meu escrevente. Na realidade, o mundo precisa que alguém, na hora presente, reflicta, honestamente, sobre o seu estado e procure contribuir, com  inteligência, esforço e dedicação,  para que a situação caótica que atravessamos seja completamente modificada. Mas, julgo nas minhas reflexões íntimas, que muito mais tarde toda a situação caótica que, presentemente, nos atinge, se poderá modificar.

A  grande maioria – não digo a totalidade – dos gestores, dos líderes e dos políticos está a ser vítima de  erros e de ambições. Todos procuram ser ricos e dessa ambição desmedida resulta que a grande maioria é pobre e desprovida dos bens essenciais a uma vivência justa, honesta e digna. Os famintos, os miseráveis, os sem abrigo, os desempregados, os que andam à procura de uma situação estável, digna e reconfortante para si e para os filhos e outros familiares, constitui a grande maioria da actual geração.

Os bancos estão a falir, os velhos estabelecimentos comerciais a cair na insolvência e a encerrar as porta que abriram a primeira vez há dezenas ou centena de anos, as actividades industriais passam a ser propriedade dos  magnates da fortuna de outros países, que estão a  transferir as respectivas sedes , provocando cada vez mais um autêntico desemprego selvagem.

Portugal que, outrora, vivia sem dificuldades financeiras, anda agora de mãos estendidas por essa Europa fora, a mendigar um euro e a entregar-se nas mãos sovinas de uma Troika, que nos impõe, selvaticamente, suas medidas drásticas e atrofiantes.

É tempo de acordar e de dizer basta! É tempo de voltar atrás e de arranjar com dignidade uma nova maneira de viver. Os portugueses têm direito a uma vida desafogada e próspera como a que já viveram em tempos passados. Não somos mendigos nem atrasados mentais. Somos gente honesta, inteligente e empreendedora. Disso damos provas quando abalamos para outras terras e nelas assumimos posições de relevo económico, social, intelectual e até desportivo. Em todas as áreas os portugueses sabem distinguir-se  no estrangeiro. Porque não acontece o mesmo em Portugal? Será porque cá só vivem os mais atrasados e infelizes? Não creio. Não me julgo nessa área social, nem a totalidade dos meus familiares, que são bastantes e de todos os que conheço. Felizmente!
Portugal tem de encontrar, a tempo, as pessoas capazes de o dirigir e governar. De fazer progredir as suas actividades económicas e de afastar o espectro da miséria que nos quer atrofiar.

Portugal tem de abandonar a política, por vezes mesquinha e traiçoeira em que parece ter caído, e  saber defrontar aqueles que, retirados no seu dolce fare niente, fingem ignorar o estado caótico em que vive a maioria dos portugueses.

É tempo de acordar do letargo algo criminoso em que nos deixaram cair e fazer voltar a Nação de Quinhentos, em que “demos novos mundo ao mundo”.

É tempo de Portugal emparceirar com as outras nações que descobriu, povoou e civilizou.

Estarei errado?  Não me resta tempo para provar que tenho razão. Outros, mais tarde talvez me a darão!

Queremos ouvir a sua opinião, sugestões ou dúvidas:

info@adiaspora.com

  Voltar para Crónicas e Artigos

bottom
Copyright - Adiaspora.com - 2007